Boa notícia para os estudantes da Escola Estadual Delfim Moreira, em Juiz de Fora: começaram os primeiros trabalhos para a restauração e reforma do prédio histórico, interditado desde 2013 pela Defesa Civil. As obras são realizadas pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DEER/MG) e foram anunciadas pelo governador Romeu Zema em visita ao local no dia 5 de julho.

A ordem de início dos trabalhos foi dada no último dia 18, e, após mobilização da empresa contratada, começaram nesta terça-feira (30/7). Serão investidos pelo Governo de Minas Gerais aproximadamente R$ 8 milhões.

A escola Delfim Moreira, cujo prédio é tombado pelo patrimônio histórico municipal, tem 1.027 alunos e funciona, desde 2013, em um prédio alugado. A diretora da escola, Letícia Botelho Natalino, destaca a importância do investimento. “É uma escola muito importante para a cidade, e, para os nossos alunos e professores vai ser muito bom voltar para lá. Foi um período de muita luta, estar fora do prédio em uma situação que não era a adequada. Então estamos muito agradecidos”, comemora a diretora.

O projeto prevê 720 dias de obra para a revitalização da fachada, substituição do telhado, restauração de portas, janelas, pintura, implantação de equipamentos de acessibilidade e outras melhorias que permitirão a modernização do espaço, sem, entretanto, descaracterizar o seu legado histórico.

O diretor de Obras e Edificações do DEER/MG, Hélio Lopes, explica que, por estar há sete anos fechado, o prédio acumulou grande volume de poeira e pragas, e, por isso, primeiro foram realizados trabalhos de limpeza pesada e desinsetização. “Paralelamente à instalação de construções fundamentais para as intervenções, como escritório de obra, almoxarifado e vestiário, verificamos a necessidade de deixar o local em melhores condições de higiene, para evitar riscos à saúde dos operários”, diz Lopes.


História
Tombado pelo patrimônio histórico municipal, o prédio foi construído e ornamentado com mobiliário importado de Paris no final dos anos 1850, por um rico proprietário rural da região que o denominou Palacete Santa Mafalda e tinha a intenção de doá-lo para ser residência da família imperial. Porém, Dom Pedro II recusou a oferta, pedindo que a edificação fosse doada para abrigar escola ou obra de caridade. Cedido então, em um primeiro momento, à Santa Casa de Misericórdia, o prédio foi adquirido pelo Estado em 1907, que o transformou no primeiro Grupo Escolar a abrigar escolas estaduais.